Rondônia, 25 de novembro de 2024
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Safra de 2023 está prevista em 302,1 milhões de toneladas

Crescimento da produção de soja é um dos destaques, além de pequena redução na área a ser colhida de arroz e feijão

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O desempenho veio em meio a um aumento no volume produzido na segunda safra 2021/22, após seca e geadas terem atingido as lavouras da temporada anterior. | Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

A estimativa de abril para a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2023 é de 302,1 milhões de toneladas, um aumento de 14,8% em relação à safra de 2022, que foi de 263,2 milhões de toneladas. A previsão também está 0,8% acima da estimativa de março, que era de 299,7 milhões de toneladas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, quando somados representam 92,3% da estimativa da produção e respondem por 87,3% da área a ser colhida.

Soja em destaque

Segundo os dados do IBGE, a produção nacional de soja deve alcançar 149,1 milhões de toneladas, um aumento de 24,7% em relação ao ano anterior, devendo representar quase metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no país no ano.

O analista da Safras e Mercado Luiz Fernando Gutierrez Roque explica esse aumento. “De uma forma geral indica uma recuperação brasileira nesta temporada frente ao ano passado, principalmente no caso da soja, que ano passado a gente teve uma quebra muito grande na produção por conta do La Niña, que afetou a região Sul e parte do Mato Grosso do Sul”, explicou.

E continuou a respeito das expectativas positivas para a colheita de soja: “Nesse ano a gente está confirmando a colheita de uma supersafra, uma safra recorde de soja, porque todos os estados do Brasil estão colhendo muito bem, com exceção do Rio Grande do Sul, que de novo teve alguns a problemas”, pontuou. Já a estimativa de abril para a produção do milho em grão apresentou um crescimento discreto de 0,1% em relação ao projetado em março

Arroz e feijão em baixa

Apesar de fazer parte do grupo de maior representatividade, o arroz em casca apresenta uma queda de 7,5% em relação a 2022. A área de arroz a ser colhida teve um declínio de 6,7%.

Segundo o analista Evandro Oliveira, consultor da Safras e Mercados, alguns fatores determinam essa redução do arroz. “Junto com essa questão da estiagem tem essa questão das margens, o arroz vinha a longos períodos enfrentando margens apertadas, o que levou os produtores a migrarem para outras culturas mais rentáveis, como o milho e a soja. Houve essa migração de cultura e um corte significativo de área”, explicou.

Assim como a área do arroz, a área de feijão a ser colhida também teve queda, de 2,3%, apesar do grão ter em abril uma previsão de produção 1,5% maior do que a registrada em março. Oliveira destaca que o feijão acompanha o arroz em vários fatores, e destaca outro fator que contribuiu para a redução da área plantada do grão: “Para o feijão outro fator de grande importância que determinou queda de área foi a questão de retração no consumo, então tem toda essa questão de comportamento do consumidor, que afeta o feijão”, elucidou.

Na distribuição regional da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, o Centro-Oeste continua liderando, com 48,7%; seguido pelo Sul, com 28%; Sudeste, com 9,6%; Nordeste, com 8,7%; e Norte, com 5%. Já entre os estados, Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,7%, seguido pelo Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Somados, esses estados representam 80% do total produzido.

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