O papa Francisco sugeriu, pela primeira vez, a possibilidade de padres darem bênçãos a casais do mesmo sexo. A declaração foi dada em carta, nesta segunda-feira, 2 de outubro, em resposta a cinco cardeais conservadores da Ásia, Europa, África, Estados Unidos e América Latina, que voltaram a questionar o pontífice a respeito de uniões homossexuais.
No texto, Francisco afirmou que cada caso deve ser analisado, alegando que os religiosos “não podem ser juízes que apenas negam, rejeitam e excluem”. O pontífice reforçou, no entanto, que o ato não deve ser confundido com cerimônias de casamento, uma vez que a Igreja Católica reconhece apenas matrimônios entre um homem e uma mulher.
“A caridade pastoral deve permear todas as nossas decisões e atitudes. Quando você pede uma bênção, você expressa um pedido de ajuda de Deus, uma oração para poder viver melhor, uma confiança num pai que pode ajudá-lo a viver melhor”, escreveu o papa.
A declaração não é uma surpresa. Nos últimos anos, Francisco vem reforçando o posicionamento sobre a relação entre a Igreja Católica e a comunidade LGBTQIA+. Em entrevista à Associated Press, por exemplo, o pontífice criticou as leis que criminalizam a homossexualidade, dizendo que Deus ama todos os seus filhos.
“Ser homossexual não é crime. Sim, mas é pecado. Tudo bem, mas primeiro vamos distinguir entre um pecado e um crime. Também é pecado faltar à caridade uns com os outros”, disse o papa, à época. “Somos todos filhos de Deus, e Deus nos ama como somos e pela força que cada um de nós luta pela nossa dignidade”, completou.