O segundo dia de sol consecutivo deu fôlego para as equipes resgatarem pessoas ilhadas na Grande Porto Alegre. As vítimas sofrem com a cheia do Lago Guaíba, cujo nível ainda continua bem alto. Ruas e avenidas seguem inundadas.
No bairro Menino Deus, uma mulher resgatada da própria casa agradeceu pela ajuda que recebeu. Na mesma região, um cordão humanitário foi formado por voluntários.
Se não fosse a ajuda dessa gente, que são uns anjos, eu não teria conseguido descer (mulher resgatada no bairro Menino Deus)
Em meio aos resgates, um jacaré foi visto na Avenida Getúlio Vargas, uma das principais da capital. Os répteis ficam nas margens dos rios e, com o avanço da agua, foram parar dentro da cidade. A Secretaria Do Meio Ambiente orientou manter distância do animal.
Na orla do Lago Guaíba, no Pontal, chegam centenas de moradores resgatados da região de Eldorado do Sul, cidade vizinha a Porto Alegre. Voluntários, equipes dos bombeiros e até da Polícia Federal (PF) ajudam no socorro. Uma idosa foi resgatada do telhado da casa dela.
Em outra ocasião, mãe, pai e dois filhos foram salvos pelo helicóptero da Polícia Militar de Santa Catarina.
Ainda há muitas pessoas nos telhados que precisam ser resgatadas, mas também há outras que se recusam a sair de casa porque acham que a situação vai normalizar rapidamente. Essas pessoas precisam ser convencidas porque o panorama ainda é de demora para baixar o nível da água.
A autônoma Nathália de Souza saiu de Eldorado do Sul no sábado (3). O resgate foi tão dramático, que ela só queria que a filhinha sobrevivesse. Agora, está angustiada, em busca de notícias dos familiares que não quiseram deixar a casa.
Não consigo nem saber se souberam que tem resgate. A gente não sabe se dá para passar na rua. A gente não sabe nada. A gente está só esperando (Nathália de Souza)
Tragédia no Rio Grande do Sul
Subiu para 95 o número de mortes causadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, segundo balanço divulgado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), em pronunciamento à imprensa, no fim da tarde desta terça-feira (7). Ainda há 131 desaparecidos e 372 feridos.
Os dados são organizados e divulgados, diariamente, pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul. O relatório ainda também aponta que 401 cidades foram afetadas pelas enchentes, quatro vezes mais em relação ao desastre de setembro de 2023. Veja mais números:
- municípios afetados: 401
- pessoas em abrigos: 48.799
- desalojados: 159.036
- pessoas afetadas: 1.443.950
- feridos: 372
- desaparecidos: 131
- óbitos confirmados: 95
- óbitos em investigação: 4