Rondônia, 25 de novembro de 2024
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Malária no Amazonas: 58,5 mil casos registrados em 2023

As ações do Programa Brasil Saudável, que reúne 14 ministérios, para eliminação da doença até 2035 e o fim das mortes até 2030

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Transmitida pela picada do mosquito-prego infectado pelo parasito do gênero Plasmodium e caracterizada por febre, calafrios, tremores, suor excessivo e dores de cabeça e no corpo, a malária persiste como um problema de saúde pública no Amazonas. Entre 2018 e 2022, foi responsável pela morte de 55 pessoas no estado. Apenas no ano passado, o estado registrou 58,5 mil casos dessa doença infecciosa, considerada pelas autoridades de saúde como uma doença socialmente determinada. Os dados são do Ministério da Saúde. 

O advogado Érico Oliveira, morador de Manaus, contraiu malária seis vezes ao longo de seus 43 anos. Ele tem uma casa no Tarumã, localizado em área rural da capital. Acredita ter contraído a doença nesta propriedade. “É uma região com preservação florestal, próxima ao Rio Negro e com muita incidência do mosquito que causa a doença”. 

De acordo com o Ministério, a malária é mais presente em áreas rurais, assentamentos, terras indígenas e em regiões de garimpo. [veja infográfico abaixo]

Fonte: Ministério da Saúde

Malária: Programa Brasil Saudável e as metas de eliminação 

A malária é uma doença evitável e, se tratada adequadamente, tem cura, segundo o Ministério da Saúde. Mas as condições sociais em que vive a população têm forte influência na perpetuação da enfermidade como problema de saúde pública. Para combater a malária e outras 10 doenças e cinco infecções, em fevereiro o governo criou o programa Brasil Saudável, que reúne 14 ministérios.

Sob coordenação do Ministério da Saúde, desenvolvem, juntos, ações frente às populações e territórios prioritários para acabar com a fome e a pobreza, promoção da proteção social e dos direitos humanos, capacitação de agentes sociais, estímulo à ciência, tecnologia e inovação e expansão de iniciativas em infraestrutura, saneamento e meio ambiente, além do diagnóstico e tratamento das doenças.

“A gente tem que atuar em várias frentes. Assim se diminui a carga global da doença e, conjuntamente com isso, nós trabalhamos com a utilização de mosquiteiros, de inseticidas, na educação em saúde, repelentes, telas nas casas. Mas o mais importante é diagnosticar e tratar “, explica o coordenador de Eliminação da Malária do Ministério da Saúde, Alexander Vargas.
A meta do programa é eliminar a transmissão da doença até 2035 e zerar as mortes até 2030.

Malária: enfrentamento no Amazonas

A gerente de Malária e outros Hemoparasitas da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas, Myrna Barata, explica como os gestores locais têm agido para enfrentar o problema. “O estado do Amazonas tem investido maciçamente no fortalecimento dos programas de malária intermunicipal por meio de doação de equipamentos como microscópios, bombas de borrifação intradomiciliar, transporte terrestre, fluvial. Tem doado aos municípios os meios de transporte para chegar aonde acontece o problema.”

Malária: detecção e tratamento 

Assim como em outras doenças, o tratamento da malária é mais efetivo quando iniciado rapidamente — para que o parasito seja eliminado o quanto antes da corrente sanguínea e evite complicações. Se feito da forma correta e no tempo adequado, o tratamento garante a cura da doença.

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a recomendação da Organização Mundial da Saúde é que o tratamento seja feito com combinações terapêuticas à base de artemisinina (ACTs) para o tratamento da malária falciparum. Já as infecções pelo Plasmodium vivax devem ser tratadas com cloroquina. Nos dois casos o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com comprimidos que são fornecidos gratuitamente pelo SUS.

As unidades da Atenção Primária do SUS estão preparadas para tratar a malária. O diagnóstico pode ser realizado tanto por exame microscópico, conhecido como gota espessa ou por teste rápido com resultado em poucos minutos. “Para ambos os métodos de diagnóstico, basta apenas coletar uma gotinha de sangue, ele pode ser feito por um microscópio”, complementa o gestor do Ministério da Saúde. Em áreas mais afastadas e de difícil acesso — como terras indígenas — microscopistas, agentes de endemia, agentes comunitários de saúde estão treinados e aptos a fazer o diagnóstico rapidamente, assim como realizar o tratamento.

O mais moderno, simples e eficaz começou a ser usado este ano. O Brasil é pioneiro no uso do medicamento que pode contribuir decisivamente para a eliminação da malária em nosso país, como explica Vargas: “Estamos implementando uma droga nova e inovadora no Brasil chamada Tafenoquina. A vantagem é que ela é feita [administrada] num único dia — juntamente com a cloroquina, que vai ser feita durante três dias — e a Tafenoquina fica até 28 dias no organismo, evitando recaídas e aumentando a adesão das pessoas ao tratamento da malária”.

Malária: prevenção

  • Existem formas individuais e coletivas de se proteger da doença e ajudar nas metas de eliminação, são elas: 
  • uso de mosquiteiros e telas em portas e janelas;
  • roupas que protejam pernas e braços;
  • uso de repelentes;    
  • borrifação Residual intradomiciliar
  • drenagem e aterro de criadouros;
  • pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor;
  • limpeza das margens dos criadouros;
  • modificação do fluxo da água;
  • controle da vegetação aquática;
  • melhoramento da moradia e das condições de trabalho.

Para mais informações sobre a malária e sobre o Programa Brasil Saudável, acesse www.gov.br/saude. Você também pode ligar para o Disque Saúde 136. O serviço funciona 24 horas e a ligação é gratuita.
 

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