Foi publicado esta semana o edital com a lista dos valores que cada pessoa, física ou jurídica, poderá receber do montante arrecadado no leilão de bens do Supermercado Gonçalves. São cerca de cinco mil credores incluídos no processo de falência.
O processo da massa falida é conduzido pelo escritório Machiavelli, Bonfá e Totino Advogados Associados, nomeado a critério da Justiça como administrador judicial. Eles são atuantes em Ji-Paraná (RO) e Porto Velho.
Essa lista ainda não corresponde a versão final do número de credores, pois após a publicação, os envolvidos têm um prazo de 15 dias para entrar em contato com o administrador judicial e entregar a documentação que comprove os valores que precisam receber.
Problemas como créditos divergentes ou ausência do nome no edital também devem ser comunicados ao escritório de advocacia. Após esse processo, a versão final da lista, com todos os nomes e valores serão entregues à Justiça para iniciar os pagamentos.
A lista está disponível no Diário da Justiça Eletrônico do TJ-RO. Ela foi publicada no dia 23 de novembro.
Pagamentos
De acordo com o escritório de advocacia responsável pelo caso, R$ 71 milhões arrecadados com a venda dos bens do Supermercado Gonçalves já foram depositados na conta judicial e estão disponíveis para o pagamento.
Os créditos variam entre cada credor e ultrapassam R$ 200 mil para alguns deles. De todos os nomes listados, aproximadamente 2 mil são de ex-funcionários que estavam com salários atrasados antes mesmo da empresa declarar falência.
As outras 3 mil pessoas estão divididas entre fornecedores, prestadores de serviço, bancos, advogados e demais envolvidos.
Decreto de falência
A história do Supermercado Gonçalves começou em 1990 na rua Guanabara, em Porto Velho, com a inauguração da primeira unidade. Nos anos seguintes foram abertos outros nove supermercados: em Porto Velho, Ariquemes (RO), Buritis (RO), Ji-Paraná (RO) e também em Rio Branco (AC).
Em 2013, o grupo criou uma indústria de panificação, a Granopan, e em 2014, uma casa empório, ambas na capital rondoniense. O supermercado era um dos maiores varejistas de Rondônia.
Apesar da ampla prestação de serviço, em 2016 a empresa entrou com pedido de recuperação judicial alegando crise econômico-financeira. No entanto, a tentativa de remediação não foi bem sucedida e em julho de 2019 a Justiça decretou a falência do grupo.
Todos os bens foram leiloados ao decorrer de três chamadas realizadas este ano. Lojas, imóveis, terrenos e veículos faziam parte do patrimônio do grupo. Ao todo, foi arrecadado um montante de R$ 71 milhões.
Por Jaíne Quele Cruz, g1 RO