Levantamentos recentes da Polícia Técnico-Científica de Cacoal (Politec) reforçam que os acidentes de trânsito continuam sendo o principal fator de sobrecarga no sistema de urgência e emergência do município.
A maioria dos pacientes que chegam ao Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia em Cacoal (Heuro), apresenta múltiplas fraturas provocadas por colisões, sobretudo envolvendo motociclistas.
O cenário tem sido descrito por autoridades e profissionais da saúde como um dos grandes desafios enfrentados pela rede pública. De acordo com informações discutidas em reportagens anteriores, a Politec aponta que a maior parte das cirurgias realizadas nos plantões do Hospital Heuro — em alguns fins de semana ultrapassando mais de 40 procedimentos — decorre de vítimas de acidentes ocorridos em Cacoal e na região.
A dinâmica desses atendimentos, segundo técnicos que convivem com o fluxo diário de ocorrências, revela uma realidade persistente: colisões de moto; quedas graves e impactos de alta energia continuam alimentando a estatística de urgências traumáticas.
Esses episódios, além de comprometerem a estrutura hospitalar, pressionam equipes médicas e aumentam o tempo de espera para pacientes de outras especialidades que dependem de atenção imediata.
A Politec, responsável pelos levantamentos periciais, tem reiterado que o volume de acidentes permanece estável em patamares elevados, contribuindo diretamente para o número de fraturas e para a necessidade constante de cirurgias ortopédicas.
A instituição destaca que o comportamento no trânsito — somado à imprudência, velocidade excessiva e desatenção — constitui um fator determinante no atual quadro.
A gestão do Hospital Heuro, em declarações prestadas à imprensa local, reconhece a complexidade do problema. Segundo Anderson Costa, diretor da unidade em Cacoal, apesar do esforço contínuo para ampliar o atendimento e reforçar o plantão médico, a demanda crescente por cirurgias traumato-ortopédicas, motivada quase sempre por acidentes, continua sendo um obstáculo a ser superado.
O panorama exposto pela Politec revela uma urgência que ultrapassa as fronteiras hospitalares: a necessidade de maior fiscalização no trânsito; investimento em educação viária e campanhas permanentes de conscientização.
Em uma cidade que se movimenta intensamente como Cacoal, o desafio é transformar números recorrentes em consciência coletiva — antes que novas vidas sejam colocadas em risco.
