Rondônia, 16 de maio de 2024
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Ações do Facebook caem 5% após denúncias de ex-gerente de conteúdo da empresa

Frances Haugen vazou apresentações que foram base para reportagens do ‘Wall Street Journal’. Falha tirou as redes sociais WhatsApp, Instagram e Facebook do ar, nesta segunda, após escândalo

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Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook, em entrevista à emissora americana CBS News — Foto: CBS News/60MINUTES via REUTERS

As ações do Facebook tem queda de mais de 5% na bolsa de valores americana após a revelação da fonte que vazou documentos internos da empresa no fim de semana e com a queda de serviços em escala global na manhã desta segunda-feira (4).

A ex-funcionária do Facebook Frances Haugen, de 37 anos, trabalhou como gerente de produtos na companhia e era responsável por projetos relacionados com eleições. Ela revelou sua identidade no último domingo (3) em entrevista à emissora americana “CBS News” durante o programa “60 Minutes”.

Foi a partir dos documentos obtidos por ela que o “Wall Street Journal” publicou reportagens em meados de setembro indicando que o Facebook protegia celebridades das regras de conteúdo, que a empresa sabia que o Instagram é “tóxico” para os adolescentes e que a resposta da empresa às preocupações dos funcionários sobre o tráfico de pessoas foi muitas vezes “fraca”.

Durante a entrevista à emissora de TV “CBS News”, Haugen acusou o Facebook de “colocar os lucros acima da segurança” e afirmou que “agiu para ajudar a incentivar mudanças na gigante das mídias sociais, não para despertar raiva”.

O Facebook ganha mais dinheiro quando você consome mais conteúdo. As pessoas gostam de se envolver com coisas que provocam uma reação emocional. E quanto mais você sentir raiva, mais vai interagir, mais vai consumir“, disse Haugen.
Engenheira da computação de formação, Haugen já trabalhou para outras empresas de tecnologia, como o Google e o Pinterest, e se especializou na criação de algoritmos que decidem o que as pessoas irão visualizar em seus feeds. Segundo ela, o Facebook é “substancialmente pior” que tudo o que já viu antes.

Desde setembro, quando o esquema denunciado por Haugen foi exposto pelo WSJ, as ações do Facebook colhem queda de cerca de 10%.

Facebook nega acusações

O Facebook reagiu às reportagens do “Wall Street Journal”. Nick Clegg, vice-presidente de relações globais do Facebook, publicou uma série de tuítes em 18 de setembro apontando o que chamou de “caracterizações errôneas” das matérias.

Segundo ele, as alegações de que o Facebook ignoraria de forma deliberada e sistemática pesquisas inconvenientes são “falsas”. A rede também disse que os documentos vazados foram divulgados ao público “sem contexto” o suficiente e decidiu publicar os materiais com “anotações”.

O Facebook disse que: “Todos os dias, nossas equipes trabalham para proteger a capacidade de bilhões de pessoas de se expressar abertamente e, ao mesmo tempo, manter nossa plataforma um lugar seguro e positivo. Continuamos a fazer melhorias significativas para combater a desinformação e conteúdo prejudicial em nossos serviços. Sugerir que encorajamos conteúdo nocivo e não fazemos nada a respeito simplesmente não é verdade”.

Pane global

Somado ao escândalo, WhatsApp, Instagram e Facebook apresentaram instabilidade no começo da tarde desta segunda-feira (4). Internautas em todo o mundo estão relatando dificuldade pra acessar os 3 serviços — todos do Facebook.

O termo WhatsApp se tornou o primeiro nos Trending Topics do Twitter no Brasil por volta das 12h50. Cerca de meia hora depois, o concorrente Telegram, que segue no ar, passou a ser o segundo mais comentado.

Às 13h10, o site Downdetector, que monitora reclamações sobre serviços da internet, registrava cerca de 40 mil queixas sobre o WhatsApp. Para o Instagram, eram cerca de 10 mil e, para o Facebook, 5 mil.

 

G1 Globo

 



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