Adailton Fúria (PSD), chefe do Poder Executivo cacoalense, embora mantenha postura pública de absoluto silêncio sobre alianças e partidos, confirma a intenção de concorrer ao cargo de governador e, segundo fontes próximas, demonstra entusiasmo e ansiedade pela largada oficial da pré-campanha.
Os bastidores, entretanto, seguem mais ruidosos do que sua fala cautelosa deixa transparecer. Interlocutores de peso no tabuleiro político rondoniense consideram que Fúria pode surpreender ao construir alianças antes tidas como improváveis.
Nomes como Elias Rezende, figura influente na região do Vale do Jamari; o governador Coronel Marcos Rocha, que deve disputar vaga ao Senado; e o ex-governador e ex-senador Ivo Cassol, um dos maiores cabos eleitorais do estado, aparecem como potenciais apoiadores. Apesar de que nas últimas eleições, Cassol não aquele cabo eleitoral que se propaga!
A aproximação entre esses grupos, que historicamente caminharam em lados opostos, ampliou o impacto político do prefeito de Cacoal. A própria hipótese de uma saída de Fúria do PSD — partido que o elegeu e sustentou sua gestão — passou a ser ventilada nos últimos dias, embora ele não tenha emitido qualquer declaração sobre eventual mudança partidária.
Com a perda de tração atribuída aos nomes de Fernando Máximo e Hildon Chaves, que até recentemente figuravam entre os mais competitivos, o espaço para Fúria se alargar no debate eleitoral aumentou. Máximo enfrenta desgaste político; Hildon, ex-prefeito de Porto Velho, também vem perdendo força na avaliação de lideranças regionais. Ele estaria inclusive, meio abandonado.
Além disso, setores inteiros da Zona da Mata e do eixo BR-364 veem a candidatura de Fúria como alternativa viável diante da fragmentação dos grupos tradicionais.
Se por um lado Fúria avança, por outro encontra um eventual adversário de peso: o senador Marcos Rogério. Político com votação expressiva e raízes profundas em Ji-Paraná — a maior cidade do interior do estado —, ele possui forte densidade eleitoral também em Jaru, reduto da influente família Gonçalves, além de histórico como vereador e deputado federal.
Sondagens recentes e especulações indicam que Marcos Rogério pode deixar o Senado para disputar o Governo de Rondônia, movimento que tornaria a corrida ainda mais imprevisível. Há, inclusive, a perspectiva de abertura da vaga ao Senado, o que redesenha o tabuleiro e provoca rearranjos em todos os grupos.
Enquanto aliados e adversários multiplicam especulações, versões e alianças “de conveniência”, Adailton Fúria segue num quase silêncio. Ele não esconde de ninguém o frisson que está provocando em si mesmo, quando fala do Palácio Rio Madeira, mas comenta pouco sobre uma possível ida para o MDB.
Pessoas próximas afirmam que o prefeito assiste de camarote ao frenesi político, evitando qualquer declaração pública que possa antecipar movimentos estratégicos, no que diz respeito as alianças.
A reportagem de O Minuto Notícia – Informação é Poder buscou confirmar, por meio de sua assessoria, a existência de pesquisas internas, termômetros regionais ou qualquer dado científico que indique o posicionamento atual do prefeito nas intenções de voto. Até o fechamento desta edição, não houve retorno.
O fato é que, entre apoios ventilados, análises regionais, fragilidades de adversários e conversas paralelas, o nome de Fúria permanece, hoje, como uma das peças mais influentes e cobiçadas do tabuleiro eleitoral de Rondônia.