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Amir Lando e Valdir Raupp devem sair do MDB de Rondônia; Mosquini quer também

Crise interna e desgaste político, seriam os motivos. O futuro incerto da legenda dominada por Confúcio, também aborrece a todos.

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Amir Lando e Valdir Raupp devem sair do MDB de Rondônia; Mosquini quer também

O MDB de Rondônia enfrenta uma das maiores crises de sua história política recente. Enfraquecido, sem comando sólido e com perda de credibilidade, o partido assiste a uma debandada de nomes históricos. Entre eles estão o ex-ministro e ex-senador Amir Lando, que já articula candidatura à Câmara Federal por outra legenda, e o ex-governador e ex-senador Valdir Raupp, figuras que marcaram a trajetória da sigla no estado. A situação se agravou após o afastamento do presidente estadual Lúcio Mosquini, investigado em processos e atualmente licenciado. A direção tenta reorganizar diretórios municipais, com meta de manter presença em ao menos 30 dos 52 municípios rondonienses, sob comando do secretário-geral José Luiz Lenzi, seguindo diretrizes do senador Confúcio Moura. Porém, a liderança de Confúcio sofre resistência: seu alinhamento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva é visto com desconfiança em um estado majoritariamente identificado com o bolsonarismo.

Com a abertura da “janela partidária”, a tendência é de novos esvaziamentos. Até mesmo Mosquini já admitiu procurar abrigo em outra sigla. O MDB, outrora força dominante em Rondônia, tornou-se refém de crises internas e da perda de protagonismo eleitoral. Histórico de hegemonia e queda do MDB em Rondônia Durante as décadas de 1980 e 1990, o MDB — então PMDB — foi um dos principais partidos de Rondônia, elegendo governadores como Jerônimo Santana e Valdir Raupp, além de manter bancadas fortes no Legislativo estadual e federal.

Nas eleições de 2002, o partido conquistou novamente o governo com Raupp e manteve influência significativa. Entretanto, a partir da ascensão de partidos como PSDB, PT e PSD, e mais recentemente a força do PL com o bolsonarismo, o MDB perdeu espaço.

Em 2018, não elegeu nenhum deputado federal em Rondônia. Em 2022, o partido conseguiu eleger apenas Confúcio Moura ao Senado, mas não emplacou nomes expressivos à Câmara dos Deputados.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2024 o MDB possuía pouco mais de 12 mil filiados em Rondônia, número menor do que os 18 mil registrados em 2010. Enquanto isso, siglas como PL e União Brasil somam juntas mais de 50 mil filiados no estado. A queda reflete o esvaziamento estrutural e a dificuldade em renovar quadros.

No plano nacional, o MDB ainda mantém relevância — é dono da maior bancada do Senado em 2025 e participa de forma estratégica da base do governo Lula. Mas em Rondônia, o partido tem se tornado irrelevante nas últimas disputas, amargando derrotas e perdendo figuras que simbolizavam sua força.

Com a saída de Amir Lando, Valdir Raupp e possivelmente de Lúcio Mosquini, o MDB de Rondônia caminha para uma condição de legenda secundária, sustentada apenas pela presença de Confúcio Moura. Analistas políticos avaliam que, sem renovação e sem capilaridade municipal, a sigla dificilmente retornará às urnas com competitividade no estado.

A crise que atinge a legenda em Rondônia também ilustra o desafio nacional do MDB: manter sua tradição histórica de partido articulador em um cenário cada vez mais polarizado, onde a fidelidade ideológica pesa mais do que o pragmatismo político. O Minuto Notícia – Informação é Poder!