A criação de linhas de financiamentos para as empresas brasileiras produzirem equipamentos de transmissão e recepção é uma medida necessária para impulsionar a TV 3.O no Brasil. Esse é a avaliação do CEO da Proeletronic, Gilberto Gandelman, que está otimista com relação ao foco do Ministério das Comunicações em buscar alternativas para apoiar a indústria nacional na implantação dessa nova tecnologia.
“Felizmente, o ministro das Comunicações, Frederico Filho, já apontou a necessidade de linhas de financiamento para as empresas brasileiras investirem em equipamentos de transmissão e recepção do sinal da TV 3.0, além do desenvolvimento de outros produtos ligados a essa tecnologia”, afirmou Gandelman.
O CEO da Proeletronic considera importante que o Governo repita a experiência dos programas Seja Digital e Seja Antenado, que contribuíram para famílias menos favorecidas terem acesso à TV digital. “Nossa expectativa é que o Governo invista na distribuição de kits com equipamentos para a população de baixa renda utilizar os recursos da TV 3.0”, acrescentou.
Para Gandelman, o potencial do mercado brasileiro é um fator positivo para motivar um investimento na indústria nacional com foco na implantação da TV 3.0. De acordo com o IBGE, 86,5% dos domicílios brasileiros (65,1 milhões) contavam com sinal analógico ou digital de TV aberta, em 2024. Padrão pioneiro O decreto assinado pelo presidente Lula no final de agosto regulamentou uma série de parâmetros técnicos que viabilizam a implantação da TV 3.0. Segundo Gandelman, a legislação está alinhada com as discussões realizadas em diversos fóruns que envolveram o Governo, o setor acadêmico e a iniciativa privada.
“O decreto foi uma iniciativa bastante positiva do Governo, porque proporciona segurança jurídica para o investimento privado. Quando surge uma tecnologia nova, ela desperta interesse dos consumidores. E isso aquece o mercado, o que vai estimular muitas empresas a trabalhar com o sistema de TV 3.0”, analisou o CEO da Proeletronic.
Para Gandelman, o decreto também possibilita a implantação de um padrão pioneiro no mundo voltado à implantação do novo padrão de TV. “A legislação estabelece requisitos obrigatórios para adotarmos o conceito de duas camadas, que consiste em utilizar as polarizações vertical e horizontal da onda para compactar o sinal e transmitir mais informação. Sem dúvida, isso é muito importante para oferecer uma melhor experiência para o telespectador”, explicou. Saiba mais sobre a TV 3.0 Também conhecida como DTV+, a TV 3.0 tem como uma das principais características proporcionar uma maior interatividade para a TV aberta, com os telespectadores podendo, ao mesmo tempo, assistir a um programa e fazer compras.
A DTV+ também se destaca por apresentar sons e imagens de qualidade superior e de viabilizar a escolha da programação. Esse padrão já está presente nos EUA e na Coreia do Sul. Porém, o Brasil será pioneiro na adoção dessa tecnologia na América Latina e nos Brics.
A estimativa é que as primeiras transmissões da TV 3.0 aconteçam no Brasil na Copa de 2026, que começará em junho. Segundo o Ministério das Comunicações, o período de transição para esse novo padrão pode durar até 15 anos. Em razão disso, serão fabricados conversores que fornecerão os recursos da DTV+ em televisões que não possuem essa nova tecnologia. Da Redação O Minuto Notícia – Informação é Poder!