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BR-364 em Rondônia: Obras avançam, pedágio se aproxima e debate sobre duplicação esquenta

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BR-364 em Rondônia: Obras avançam, pedágio se aproxima e debate sobre duplicação esquenta

A concessão da BR-364 à iniciativa privada, sob a gestão da Nova 364 Concessionária de Rodovia, tem mudado a paisagem da principal rodovia de Rondônia. Com a proximidade do início da cobrança do pedágio, trabalhadores e veículos da concessionária são vistos diariamente em diversas frentes de serviço, realizando preparativos que incluem manutenção, sinalização e recuperação asfáltica em trechos críticos.

A BR-364, via fundamental para o escoamento da produção agropecuária e a ligação do Norte ao restante do país, receberá um investimento total de R$ 10,2 a R$ 12 bilhões ao longo dos 30 anos de contrato, segundo dados do Governo Federal e da própria concessionária. As obras de melhoria e ampliação incluem mais de 100 km de duplicação, quase 200 km de faixas adicionais e a implantação de 7 postos de pedágio.

Na região de Cacoal, a instalação dos pontos de cobrança de pedágio é um dos assuntos mais comentados. A cidade ficará localizada entre duas praças: uma após o Bairro Riozinho e outra logo após o entroncamento com a Rodovia 479, que liga a BR-364 a Rolim de Moura.

A concessionária tem intensificado os trabalhos iniciais, que consistem em restabelecer a segurança e trafegabilidade da rodovia, com serviços de restauração, fresagem e recomposição do pavimento, além de melhorias na sinalização vertical e horizontal, e a instalação de tecnologia como a rede de sinal 4G e balanças de pesagem em movimento.

Embora a presença da concessionária e a melhoria inicial da pista sejam vistas por muitos como um avanço para uma rodovia historicamente precária, o cronograma de cobrança do pedágio e o prazo para as obras de duplicação têm gerado um intenso debate político e social no estado.

Recentemente, em evento na Câmara de Vereadores de Cacoal, o empresário e ex-político Acir Gurgacz comentou a privatização, reconhecendo a importância da terceirização para o desenvolvimento: "Eu entendo que a concessão é importante a todo momento, assim é na maioria dos países de primeiro mundo", afirmou.

No entanto, Gurgacz engrossou o coro de críticas que pedem a revisão do contrato, posicionando-se contra a cobrança antes da conclusão de serviços estruturais. "Eu sou contra a cobrança antes da duplicação. Nós, a nível de partido, o PDT, estamos realizando um estudo para retardar a cobrança do pedágio até que uma parte da rodovia esteja realmente duplicada", ressaltou o político.

A preocupação de Gurgacz e de outros representantes da sociedade civil e do setor produtivo rondoniense reside no fato de que, conforme o cronograma original da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), as obras de duplicação só devem começar a partir do quarto ano da concessão, e de forma gradual. Antes disso, a concessionária focará em obras de manutenção, faixas adicionais e serviços de apoio ao usuário.

A cobrança antecipada, antes de a rodovia apresentar as melhorias estruturais de grande porte esperadas, como a duplicação, tem sido o principal ponto de embate entre a concessionária e a população, que teme ser excessivamente onerada com o pedágio, considerado de alto valor, para ter acesso a uma rodovia ainda em fase de recuperação. Da Redação O Minuto Notícia – Informação é Poder!