Uma pesquisa recente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Realizada em 2024, e divulgada só agora, revela um dado surpreendente e extremamente positivo para a agricultura brasileira e para o clima global. O estudo concluiu que o café robusta cultivado na região das Matas de Rondônia é um verdadeiro herói ambiental, pois não só neutraliza as suas próprias emissões de gases, como atua ativamente como um sequestrador de carbono.
A principal descoberta da pesquisa é que as plantações de café robusta nessa área têm um balanço de carbono altamente positivo. Em outras palavras, elas retiram da atmosfera muito mais gás carbônico (CO2) do que liberam durante todo o processo de cultivo. A análise da Embrapa, que considerou 250 propriedades na região, revelou a seguinte matemática do clima: por ano, cada hectare de lavoura emite, em média, cerca de 2,9 mil quilos de CO2 essa emissão é resultado de atividades como o uso de fertilizantes e o consumo de combustível de máquinas.
No entanto, o poder de absorção das plantas e do solo é muito maior. Essas mesmas lavouras são capazes de "puxar" da atmosfera cerca de 6,8 mil quilos de CO2 por hectare, armazenando esse carbono dentro das plantas e do solo. Ao fazer a conta, a diferença é notável: cada hectare de café robusta nas Matas de Rondônia deixa um saldo positivo de 3,8 mil quilos de carbono por ano.
Isso significa que o café robusta dessa Indicação Geográfica (IG), que abrange 15 municípios e concentra mais da metade da produção do estado, consegue sequestrar 2,3 vezes mais carbono do que emite. Esse potencial climático é de extrema importância, pois confere à produção um papel ativo na mitigação das mudanças climáticas, transformando as lavouras em verdadeiros "sumidouros" de carbono.
Segundo o pesquisador da Embrapa, Enrique Anastácio Alves, esse benefício ambiental não é um acaso, mas sim um reflexo de práticas de manejo sustentáveis adotadas pelos produtores. A adoção de técnicas agrícolas ecologicamente responsáveis traz vantagens que vão além da ajuda ao planeta: elas também resultam em uma melhora na qualidade da própria lavoura e do produto final. Assim, o café robusta de Rondônia estabelece-se como um modelo de produção que alia alta produtividade, qualidade e responsabilidade ambiental, mostrando que é possível ter uma atividade agrícola que beneficia tanto o produtor quanto o meio ambiente. Da Redação O Minuto Notícias – Informação é Poder!