A artista venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez foi morta após uma sequência de violências, segundo detalhou a Polícia Civil do Amazonas, em uma coletiva à imprensa, nesta segunda-feira, 8. Julieta foi estuprada por Thiago Agles da Silva, 32, e depois queimada e enforcada por Deliomara dos Anjos Santos, 29, esposa dele. Os dois responderão pelos crimes de ocultação de cadáver, latrocínio e estupro.
O casal teria hospedado Julieta, na noite do dia 22 de dezembro. O último contato da venezuelana com a família ocorreu por volta da 00h30 do dia 23. Ela teria informado que iria pernoitar em Presidente Figueiredo e seguiria para Rorainópolis, em Roraima.
“Diante dessa informação, nós nos deslocamos até as pousadas da região, a fim de obter notícias sobre o paradeiro dela. Já na manhã de sexta-feira, fomos até o refúgio e localizamos Thiago, que disse que a mulher havia pernoitado no local e seguido para a rodovia”, relatou Valdinei Silva, titular da 37ª DIP.
No mesmo dia, porém, um morador localizou partes da bicicleta da artista. Quando a polícia chegou ao local onde o veículo foi encontrado, Thiago tentou fugir. Ele e a esposa, no entanto, foram conduzidos à delegacia e entraram em contradição nos depoimentos. Assim, confirmaram a autoria do crime.
Apresentação da artista
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O relato a seguir é forte, e pode configurar conteúdo sensível.
“A vítima estava dormindo em uma rede na varanda do local, quando Thiago pegou uma faca e foi até ela para roubar seu aparelho celular. Eles entraram em luta corporal, ele a enforcou, a jogou no chão e pediu que Deliomara amarrasse os pés dela. Em seguida, ele a arrastou para dentro da casa, pediu que a esposa apagasse as luzes e passou a abusar sexualmente da vítima”, detalhou o delegado.
Depois de presenciar o estupro, a mulher de Thiago jogou álcool em ambos e ateou fogo. Ele conseguiu apagar o fogo com um pano molhado e foi até uma unidade hospitalar receber atendimentos médicos. Já Deliomara enforcou Julieta com uma corda e a enterrou no quintal.
Identificação do corpo da artista
O Corpo de Bombeiros do Amazonas auxiliou a polícia com o uso de cães farejadores para encontrar o corpo da venezuelana. A identificação foi realizada por meio do procedimento de necropapiloscopia, feito pelo Instituto de Identificação Aderson Conceição de Melo (IIACM) com apoio da equipe técnica do Instituto Médico Legal do Amazonas (IML).
Com relação ao celular, Julieta havia conseguido, apenas alguns dias antes do crime, comprar um novo aparelho com o dinheiro arrecadado em uma vaquinha virtual. Em vídeos postados em seu Instagram, ela dizia que iria usar o celular para gravar vídeos de melhor qualidade do seu trabalho.