O cenário político brasileiro vive um dos momentos mais complexos desde a redemocratização. A figura de Lula consolida-se como eixo de estabilidade em meio à dispersão da direita, que, órfã de liderança e projeto, ensaia tentativas de reorganização política enquanto o país busca novos caminhos para o desenvolvimento. A ascensão de Jorge Messias ao STF, prevista para os próximos dias, simboliza o contínuo reposicionamento das forças jurídicas e políticas no tabuleiro nacional.
Enquanto isso, o mundo observa e reflete seus próprios abalos. A eleição de Rodrigo Paz na Bolívia encerra um ciclo de hegemonia de esquerda na América Latina, ao mesmo tempo em que o populismo digital de Donald Trump ressurge em um episódio grotesco, misturando política e simulação de inteligência artificial. A Europa, por sua vez, convive com o insólito — ladrões invadindo o Louvre à luz do dia —, uma metáfora perfeita para a fragilidade dos símbolos culturais em tempos de crise ética global.
No plano interno, a crítica da jornalista Lygia Maria ao Supremo Tribunal Federal ecoa uma inquietude social crescente: a perda da credibilidade das instituições. A Justiça, o Estado e até o conceito de autoridade parecem corroídos por uma sucessão de excessos, arbitrariedades e espetacularizações do poder. Luiz Felipe Pondé acerta ao lembrar que o Estado, esse “demiurgo”, tende a destruir o cidadão em vez de servi-lo.
Ainda assim, o país avança. O uso da telecirurgia robótica, a economia circular das Havaianas, e a expansão da inteligência artificial mostram que há pulsação inovadora em meio à estagnação. O desafio está em garantir que essa energia se converta em progresso ético, não apenas tecnológico.
Um país que debate sua alma precisa mais do que reformas e siglas: precisa de lucidez moral. E é isso que o Brasil parece começar, timidamente, a redescobrir. Da Redação O Minuto Notícia – Informação é Poder!
