Rondônia, 4 de maio de 2024
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Ex-vereador Obadias Ferreira é condenado a mais de 33 anos de prisão por matar e ocultar corpo de amante em Ji-Paraná

Julgamento do acusado durou quase 24 horas. Ele foi condenado por feminicídio, ocultação de cadáver e estelionato. Ele teria convencido Edilene a fazer vários empréstimos bancários com a promessa de que eles iam passar a viver juntos.

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Julgamento de ex-vereador Obadias acontece em Ji-Paraná nesta terça-feira — Foto: Rede Amazônica

Após quase 24 horas de julgamento, o ex-vereador Obadias Ferreira da Silva foi condenado a mais de 33 anos de prisão por matar e enterrar o corpo de Edilene Vieira da Silva na frente de uma residência rural de Ji-Paraná (RO). Vítima e réu tinham um relacionamento extraconjugal.

Obadias foi condenado por feminicídio, ocultação de cadáver e estelionato. Quanto ao terceiro crime, o ex-vereador induziu a vítima a ajudar na construção de um imóvel na chácara, onde ela foi morta e enterrada.

Segundo denúncia do Ministério Público, Obadias obteve vantagens pecuniárias indevidas da vítima, com valores que chegam a R$ 40 mil. O ex-vereador teria convencido Edilene a fazer vários empréstimos bancários com a promessa de que eles iam passar a viver juntos.

O dia do crime

Ex-vereador Obadias foi preso após confessar ter matado mulher em RO — Foto: Reprodução/Facebook

Segundo apontou a investigação e os depoimentos das testemunhas, no dia do crime, o réu atraiu a mulher até a chácara de sua família e, usando de violência, matou a amante asfixiada.

A Justiça considerou que o crime foi premeditado, já que momentos antes Obadias ordenou que uma “cova” de 2,5 metros fosse aberta com a desculpa de que queria enterrar cadeiras de rodas. O buraco, na verdade, foi utilizado para esconder o corpo de Edilene. Para “disfarçar” o local, ele jogou palha de arroz por cima.

O corpo da vítima ficou enterrado por cerca de 90 dias. Segundo a sentença, durante esse período, o réu prestou “auxílio” aos familiares de Edilene e demonstrou falsa preocupação em localizar a vítima.

O julgamento

Edilene, irmã da vítima, fala durante o julgamento do acusado que matou sua irmã — Foto: Rede Amazônica

Obadias começou a ser julgado por volta de 8h30 da terça-feira (7) no Fórum de Ji-Paraná. Sete pessoas foram sorteadas para compor o júri, sendo três mulheres e quatro homens.

A irmã da vítima foi a primeira a se sentar na cadeira de testemunhas. Ela falou sobre a dor da família em reviver todo acontecimento e que a morte de Edilene causou grande abalo psíquico e desestabilização familiar. A vítima deixou três filhos, sendo que um deles tinha pouco mais de dois anos quando ela foi morta.

“Pra gente não tá sendo fácil viver tudo isso de novo, passar por isso, relembrar o que a gente viveu dois anos atrás. A Edilene era uma pessoa incrível, deixou filhos e uma família que sofre muito a perda dela”, contou a irmã de Edilene à Rede Amazônica.

Para protestar e pedir justiça pela morte de Edilene, os parentes e amigos da vítima vestiram camisetas que tinham a foto da vítima estampada e mensagens de apoio.

O julgamento encerrou somente na manhã desta quarta-feira (8). Obadias foi condenado a 33 anos 10 meses 20 dias regime fechado e 13 dias multa.

Durante o julgamento, a defesa afirmou à Rede Amazônica que o réu e disposto a “pagar” pelo que fez.

“O Obadias confessou desde a fase policial, desde a primeira vez que foi ouvido. E ele está extremamente arrependido pelo ocorrido e como eu disse no tribunal do júri, ele está à disposição para pagar pelo erro dele. O que a gente vai buscar aqui hoje é tentar equalizar essa pena, pra ficar dentro do mais justo possível, de acordo com o que permite nosso ordenamento jurídico”, diz.



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