Rondônia, 7 de setembro de 2024
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Filho e neto de ex-policial foram assassinados no Acre após sumiço de pacotes de drogas; oito foram presos

Investigações apontam que Naézio e Dalberson da Silva Santos eram responsáveis pelo envio de entorpecentes para Rondônia, mas após sumiço de carregamento passaram a ser cobrados pelo valor da carga.

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Naezio da Silva Santos (esq.) e Dalberson da Silva Santos (dir.) eram filho e neto de ex-policial civil de Rondônia condenado por homicídio — Foto: Reprodução

Naézio e Dalberson da Silva Santos foram assassinados em maio deste ano por conta de uma dívida de drogas. O filho e neto do ex-policial civil de Rondônia Joaquim Raimundo Silva, respectivamente, eram responsáveis pelo envio de entorpecentes para o estado vizinho, mas um carregamento sumiu e estavam sendo cobrados o valor da carga.

As informações são da Polícia Civil de Acrelândia, interior do Acre. Nesta terça-feira (18), foi deflagrada a Operação Dívida Amiga, que resultou na prisão de oito suspeitos de participarem da morte das vítimas.

Moradores acharam os corpos no Ramal Samaúma, Rodovia AC-475, zona rural de Acrelândia, no dia 6 de maio. Ambos tinham marcas de tiro na cabeça e estavam caídos às margens do ramal. Equipes das polícias Militar e Civil estiveram no local, isolaram a área e acionaram o Instituto Médico Legal de Rio Branco (IML).

Naézio Santos e o pai, Joaquim Raimundo, foram condenados por homicídio em 2017. Veja detalhes abaixo. Ele morava com o pai em Plácido de Castro, para onde a família se mudou há cerca de dois anos, e Dalberson visitava os parentes na cidade acreana.

Um dos corpos foi achado ao lado de motocicleta — Foto: Arquivo/Polícia Civil

Na época do crime, a polícia descobriu que as vítimas tinham participado de uma festa na noite anterior. As investigações revelaram que quatro dos investigados foram até a festa, sem ser convidados, para vigiar e avisar os comparsas quando as vítimas saíssem do local.

A polícia não soube informar a quantidade de entorpecentes que sumiu. Segundo o delegado responsável pelas investigações, os criminosos ficaram cobrando o dinheiro da droga por cerca de 40 dias. “Como as vítimas não pagaram, acabaram sendo mortas, inclusive, o Naézio foi ameaçado no dia”, destacou.

A suspeita é de que o material foi furtado, contudo, isso ainda não está esclarecido. “Diziam que iam pagar, ficaram enrolando. Estavam na festa e os suspeitos foram para lá porque sabiam que as vítimas estavam participando”, contou.

Na hora de ir embora, Naézio e Dalberson foram cercados e levados para um local isolado, onde acabaram executados. A polícia procura por um nono suspeito.

“Quatro executaram e outros quatro articularam a ida até o local. A gente só conseguiu descobrir que atiraram neles. Apreendemos armas, drogas e dinheiro. Não confessaram”, concluiu.

Condenação por homicídios

Joaquim Raimundo, pai e avô dos homens achados mortos no Acre, era policial civil lotado em Mirante da Serra — Foto: Divulgação PC/MP

Em 2015, uma operação deflagrada pela Polícia Civil e o Ministério Público de Rondônia (MP), denominada Operação Têmis, cumpriu mandado de prisão temporária de Naézio Silva Santos e Joaquim Raimundo Silva. Na época, Joaquim Silva era policial civil em Mirante da Serra, no interior de Rondônia.

Joaquim era o principal suspeito de ter executado Jeovane Arrabal, ex-genro do acusado. A vítima foi morta com seis tiros de uma pistola calibre 380, no dia 7 de dezembro de 2014. O crime aconteceu na zona rural de Ouro Preto do Oeste.

As suspeitas contra Naézio eram a respeito do planejamento do homicídio de Alex Flávio de Oliveira, morto em janeiro de 2013, em Mirante da Serra.

Naézio foi preso em Porto Velho. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de Joaquim, onde encontraram duas espingardas calibre 32 e munições de calibres variados, o que causou a autuação de Joaquim em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Conforme as investigações, o motivo que teria levado Naézio a planejar a morte de Alex seria a existência de um relacionamento amoroso entre a esposa de Naézio e a vítima, descoberto dias antes do crime. Joaquim é suspeito de ter efetuado os disparos contra Alex. Um exame de balística feito na arma do ex-policial mostrou compatibilidade com os projéteis encontrados nas vítimas. Em março de 2017, Joaquim Silva foi a júri popular pela morte do ex-genro. Ele pegou 8 anos e 4 meses de prisão pelo assassinato.

Já em junho do mesmo ano, pai e filho foram levados a júri popular novamente por homicídio. Joaquim Silva foi inocentado da morte de Alex Flávio e o filho Naézio pegou pouco mais de oito anos de prisão pelo crime.



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