A Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz) recebe neste sábado (22) novo lote de IFA (ingrediente farmacêutico ativo) para a produção de vacinas Oxford/AstraZeneca contra covid-19, no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos. A remessa, que chega da China às 17h50, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, será suficiente para produzir 12 milhões de doses.
Além disso, a chegada do novo carregamento vai permitir que a fundação retome a produção da vacina na terça-feira (25), após ficar paralisada desde quinta-feria (20) por falta de insumos, o que deve impactar as entregas a partir da segunda semana de junho.
Nesta sexta-feira (21), foram entregues mais 6,1 milhões de doses. Com a remessa, a fundação chegou a 41,1 milhões de vacinas disponibilizadas ao PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde, das quais 37,1 milhões de doses processadas pela instituição e 4 milhões de doses importadas da Índia.
Na semana que vem, serão mais 4,9 milhões, e, na semana encerrada em 5 de junho, 5,1 milhões. Ao todo, estão previstas a entrega de 100,4 milhões de doses previstas na primeira fase de produção, no primeiro semestre deste ano.
Mas para as próximas semanas a previsão é receber quantidades menores de matéria-prima que sua capacidade produtiva. Segundo o vice-presidente de produção e inovação da fundação, Marco Krieger, isso causará novas “pequenas interrupções” da produção como a ocorrida desde quinta-feira.
Em comissão da Câmara nesta sexta-feira (21), Krieger explicou aos deputados que atrasos na importação do ingrediente farmacêutico ativo da vacina Oxford/AstraZeneca no início do ano fizeram com que as remessas chegassem em maior número entre março e abril, permitindo uma produção mais acelerada. Segundo a Fiocruz, Bio-Manguinhos chega a fabricar 1 milhão de doses por dia.
Mesmo com a normalização do cronograma de entregas no mês de maio e a previsão do desembarque de dois carregamentos em junho e dois em julho, a quantidade de IFA que deve chegar por mês não será suficiente para manter as linhas de produção em funcionamento ininterrupto.
“Estamos em uma situação, agora, em que vamos ter uma limitação da nossa capacidade de entrega dada pela disponibilidade de IFA. Vamos ter a repetição de situações como a que estamos vivendo, com pequenas interrupções entre a chegada do IFA e o nosso processamento”, disse o vice-presidente de produção e inovação da fundação.
A Fiocruz mantém uma média semanal de mais de 4,8 milhões de doses entregues ao PNI. Com a paralisação da produção na quinta, sexta e sábado desta semana, a entrega prevista para a semana de 7 a 12 de junho deve cair para 2,8 milhões de doses.
Como a previsão é de que a interrupção atual também afete a segunda-feira da semana que vem (24), Krieger projeta que isso reduzirá para 4,5 milhões de doses a entrega da semana de 14 a 18 de junho.
A Fiocruz também trabalha para adequar suas instalações e produzir o IFA no Brasil, o que deve ocorrer por meio de acordo de transferência de tecnologia que deve ser assinado ainda este mês com a AstraZeneca.
CoronaVac
O Instituto Butantan, que também paralisou no último dia 13 a fabricação da CoronaVac por falta insumos, deve receber novo lote de IFA na terça-feira (25). Serão 3 mil litros de insumos da China para a produção de cerca de 7 milhões de doses.
A última entrega, de 1,1 milhão de doses ao Ministério da Saúde, ocorreu no dia 14 de maio. O instituto já entregou mais de 47 milhões de doses ao PNI. Apesar da incerteza, mantém a previsão de entrega de 100 milhões de doses até 30 de setembro.
O Ministério da Saúde afirma que já foram distribuídas 90,6 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 aos estados e Distrito Federal desde o início da campanha de vacinação, em 18 de janeiro. Segundo a pasta, foram aplicadas 55,7 milhões de doses. Além da CoronaVac e da Oxford/AstraZeneca, também começou a distribuição da Pfizer em maio.