Análise aponta hesitação, perda de apoio partidário e avanço de concorrentes como elementos centrais do atual cenário político
O ex-prefeito de Porto Velho (RO), Hildon Chaves (PSDB), que deixou a capital com boa avaliação administrativa e reconhecimento por obras estruturantes, vive agora uma realidade distinta daquela experimentada à frente do Executivo municipal.
Na corrida ao Governo de Rondônia, Chaves se encontra politicamente isolado, em um movimento que se intensifica semana após semana, conforme revela a análise publicada pelo Rondonoticias, do jornalista Arimar Souza de Sá da capital.
O gestor tucano foi o primeiro a anunciar publicamente sua intenção de disputar o comando do Estado. Porém, o gesto, descrito por analistas como “ousado e pouco calculado”, não encontrou eco dentro do próprio partido, tampouco entre siglas que, em tempos anteriores, enxergavam em Hildon uma liderança emergente. Até mesmo o tradicional clã Carvalho, que já o apoiou, não se somou ao projeto.
A dificuldade em formar chapas proporcionais e a baixa mobilização política resultaram em um recuo estratégico: Chaves decidiu empurrar para março a definição sobre qual cargo pretende disputar em 2026.
Nos bastidores, esse adiamento é interpretado como um sinal de fraqueza, hesitação e perda de musculatura eleitoral.
Enquanto outros pré-candidatos movimentam-se com velocidade, costuram alianças e consolidam apoios, Hildon parece orbitando sozinho — distante do núcleo de articulação estadual e sem o entusiasmo que marcou sua ascensão política.
O PSDB, por sua vez, demonstra pouca disposição em embarcar em uma empreitada de alto risco sem garantias de competitividade.
Analistas afirmam que o ex-prefeito subestimou o ritmo das movimentações estaduais, além de enfrentar resistência interna em seu próprio partido. O resultado é um quadro descrito como “encurralamento político”, em que pontes são erguidas para outros candidatos, enquanto Chaves encara muros e desconfiança.
Com um ambiente político marcado por ataques rápidos, alianças dinâmicas e baixa tolerância a incertezas, o isolamento pode cobrar um preço elevado.
Até março, Hildon Chaves terá de demonstrar fôlego, articulação e capacidade de reconstruir apoios — ou admitir que, desta vez, o jogo político não soprou a seu favor.
O tempo, agora, tornou-se seu adversário mais implacável.