Rondônia, 25 de novembro de 2024
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Juíza transforma prisão em flagrante em preventiva de homem que chacinou quatro pessoas em Sorriso, MT

Em depoimento, maníaco de Sorriso diz que vítimas se contorciam quando ele as estuprou

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Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas três filhas, Miliane (19), Manuela (13) e Melissa (10).

Autor de uma das maiores barbáries da história de Mato Grosso, Gilberto Rodrigues dos Santos, de 32 anos, teve sua prisão em flagrante convertida para preventiva após passar por audiência de custódia na terça-feira (28). Gilberto estuprou e matou uma família no último final de semana em Sorriso. Ele está preso atualmente em Sinop, na Penitenciária Osvaldo Florentino Leite, o Ferrugem. A decisão foi proferida pela juíza da 2ª Vara Criminal de Sorriso, Giselda Andrade.

Gilberto trabalhava em uma obra vizinha à casa das vítimas e monitorava a rotina da família. Durante a madrugada de sexta (24) para sábado (25), ele invadiu a residência e matou Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas três filhas, Miliane (19), Manuela (13) e Melissa (10). Além de matar as vítimas a facadas, o suspeito confessou que abusou sexualmente delas. Apenas Melissa teria sido poupada dos abusos.

Segundo o perito Gledson Emiliano, da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Gilberto assassinou a criança asfixiada com um travesseiro.

Em entrevista coletiva, Gledson narrou que Gilberto invadiu a casa pela janela. Já dentro da residência, o criminoso entrou em luta corporal com Cleci na cozinha. O perito descreveu que havia vários móveis quebrados no local e muito sangue. Após fazer sua primeira vítima, Gilberto seguiu com seu rastro de morte.

“Tudo indica que ele foi na direção ao quarto. Tem sinais, marcas de contato na porta do quarto que indica ele forçando e tem marcas compatíveis com as marcas de chinelo que encontramos no piso da casa, então tá tudo relacionado”, contou o perito.

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ANTECEDENTES CRIMINAIS

No dia da tragédia, enquanto as informações eram compartilhadas sobre o caso, chegou ao conhecimento geral que Gilberto já havia cometido outros crimes parecidos em outros municípios do Brasil.

Gilberto é natural do Maranhão e já havia um estupro por lá. Em Goiás, no município de Rio Verde, Gilberto teria cometido um latrocínio – roubo seguido de morte.

A carreira criminal do estuprador não para por aí. Em Mato Grosso, no município de Lucas do Rio Verde, o criminoso estuprou uma mulher e quase a assassinou, nos mesmos moldes usados contra a família de Cleci. Ele só não conseguiu matar sua vítima porque a mãe dela interviu.

O MANÍACO DE SORRISO

Para a delegada Jéssica Assis, de Sorriso, Gilberto é um predador sexual que atacou a residência porque só havia mulheres no local. O crime, segundo a delegada, expõe a insegurança vivida pelas mulheres em todo o país, além de também alertar para a necessidade de consultar os antecedentes criminais antes de qualquer contratação, especialmente no caso de empresas que contratam sem carteira assinada.

“Isso não significa perpetuar a pena de ninguém ou algo do tipo, mas muitas vezes são pessoas com mandados de prisão em aberto. São pessoas que têm essa personalidade voltada para o crime, essa sanha criminosa, que não acaba nunca e que elas precisam ser paradas. Elas precisam cumprir, elas precisam pagar pelos crimes que cometeram e elas precisam ser segregadas para não continuarem delinquindo”, diz a delegada.

Questionada sobre o histórico criminal de Gilberto, a delegada Jéssica contou ele gostava de tentar enganar os policiais. Segundo ela, Gilberto é um predador sexual em série, que gosta de deixar pistas para os policiais nas cenas de crime.

“Trata-se de um predador sexual em série, a gente acha que é coisa de filme norte-americano, que só acontece no cinema, mas existe, acontece no Brasil e esse é um exemplo. Eu tive contato dessa notícia pela mídia, mas em conversa com colegas de Lucas do Rio Verde, nos falaram mesmo que é um predador sexual extremamente sagaz e que não tem vergonha. Ele gosta de deixar até certas pistas nos lugares em que ele cometeu crime. Então, ludibriar a Polícia também é uma diversão para ele”, apontou a delegada.

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HORROR INDESCRÍTIVEL

Em depoimento, maníaco de Sorriso diz que vítimas se contorciam quando ele as estuprou

le afirmou que todas as janelas da casa estavam trancadas, menos a do banheiro, que ele usou para entrar.

Autor de um dos crimes mais bárbaros e violentos da história de Mato Grosso, Gilberto Rodrigues dos Santos, de 32 anos, narrou em detalhes aos policiais como ele assassinou e estuprou uma mulher e suas três filhas, em Sorriso, na noite da última sexta-feira, 24 de novembro. Gilberto foi preso em uma construção vizinha à cena do crime, onde trabalhava como pedreiro e vivia como caseiro. A reportagem teve acesso ao depoimento colhido na última segunda-feira (27), quando ele foi preso em flagrante.

No depoimento, Gilberto afirma aos policiais que entrou na casa com intenção de roubar dinheiro ou qualquer objeto de valor, mas foi surpreendido pelas vítimas e decidiu matá-las. Ele afirmou que todas as janelas da casa estavam trancadas, menos a do banheiro, que ele usou para entrar. O suspeito também revelou que os dois cachorros da família estavam soltos no quintal, mas não o atacaram.

Logo após entrar na casa, Gilberto se deparou com Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, que acendeu a luz e o avistou. A mulher teria partido para cima do suspeito e os dois entraram em luta corporal. Os dois caíram no chão, junto com uma gaveta de talheres. Dessa gaveta, Gilberto pegou uma faca e começou a golpear a mulher. Indagado, Gilberto disse não se lembrar de quantos golpes deu em Cleci.

Gilberto afirma que logo após matar Cleci, viu a segunda vítima, Miliane, de 19 anos. A jovem também teria partido para cima do suspeito ao ver a cena do crime e acabou sendo morta.

As crianças menores – Manuela (13 anos) e Melissa (10) – acordaram assustadas e gritando. O assassino foi até o quarto de Manuela e a esfaqueou em cima da cama. Já Melissa foi enforcada até a morte com a ajuda de um travesseiro.

“O interrogado afirma que matou a terceira vítima com as mãos, pressionando-a no pescoço com uma das mãos e usando um travesseiro pressionado contra a face dela”, diz trecho do documento.

Após terminar a matança, Gilberto resolveu tirar as roupas das vítimas e estuprá-las. Aos policiais, Gilberto afirmou que as vítimas ainda se contorciam enquanto ele tirava suas roupas e acariciava as genitais. Ele só poupou a menina mais nova, Melissa.

“O interrogado afirma que acariciou as partes íntimas delas apenas com os dedos; QUE questionado se introduziu o pênis em alguma das vítimas, o interrogado afirma que não; QUE questionado se as vítimas ainda apresentavam sinais vitais quando do momento em que ele retirou as roupas delas, o interrogado afirma que todas se contorciam quando ele retirou as roupas delas”, detalhou.

Ao finalizar sua barbárie, Gilberto teria se desesperado com a situação e decidiu fugir do local. Antes disso, porém, resolveu procurar nos armários da casa por algum objeto de valor que pudesse levar, ou por dinheiro. Ele não teria encontrado nada e decidiu sair da casa pelo mesmo caminho que usou para entrar.

Após fugir, o assassino escondeu as roupas usadas no crime em uma sacola, que foi guardada dentro de uma caixa e descartada em um conteiner com outros materiais de obra.

Gilberto foi trabalhar normalmente no dia seguinte e depois. Ele foi preso na manhã de segunda, 27, dois dias após o crime, enquanto trabalhava na obra. O criminoso passou por audiência de custódia na terça, 28, e teve sua prisão em flagrante convertida para preventiva. Ele já acumulava passagens por outros crimes hediondos e está preso atualmente na Penitenciária Osvaldo Florentino Leite, o Ferrugem, em Sinop.

 

 

Igor Guilherme

Repórter | Estadão Mato Grosso



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