O estado de Rondônia registrou um feito notável no monitoramento ambiental: o mês de agosto de 2025 apresentou o menor índice de queimadas florestais dos últimos oito anos.
Os dados, divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora focos de calor por meio de satélites geoestacionários do sistema TerraBrasilis, mostram uma queda vertiginosa nas ocorrências. Em agosto de 2025, foram contabilizados apenas 388 focos de calor.
Essa marca representa uma redução superior a 85% em comparação com a média e os picos de anos anteriores e estabelece o ano de 2025 como o de menor registro desde o início da análise em 2018.
A série histórica de oito anos (2018 a 2025) detalha a magnitude dessa redução. Em 2018, o estado registrou 6.013 focos de queimadas apenas no mês de agosto. O número subiu para o pico de 6.639 em 2019.
Houve uma redução significativa em 2020, com 4.157 focos, e uma queda ainda maior em 2021, que contabilizou 2.632 focos.
No entanto, o número voltou a subir em 2022, atingindo 5.331 focos, antes de cair novamente a partir de 2023, com 2.648 focos, e 2024, com 2.705 focos.
O dado de 388 focos em 2025 não apenas quebra a tendência, mas consolida uma marca inédita no período analisado, indicando um progresso significativo nas ações de fiscalização e combate ao fogo.
Apesar da queda histórica no total de focos, a pesquisa do INPE detalha que a maior parte das queimadas de 2025 ainda está associada a atividades possivelmente ilegais.
Dos 388 focos registrados em agosto de 2025: 62% dos focos (244 ocorrências) ocorreram em áreas de desmatamento recente. Segundo o INPE, são áreas que foram desmatadas após 2008, o que as enquadra majoritariamente como áreas de desmatamento ilegal utilizadas para limpeza pós-corte.
31% dos focos (121 ocorrências) foram em áreas de desmatamento consolidado. Estas são áreas que já eram utilizadas legalmente para agricultura antes de 2008.
A menor parcela, de 6% dos focos (23 ocorrências), atingiu áreas de floresta nativa, parques nacionais ou terras indígenas, locais onde o impacto ambiental é mais severo.
Os dados mostram que, embora o volume total de queimadas tenha diminuído drasticamente, a prática do fogo como ferramenta para limpeza de desmatamento recente (ilegal) continua sendo o principal desafio a ser enfrentado em Rondônia. Da Redação O Minuto Notícia – Informação é Poder!
