O secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, afirma que errou ao receber em seu gabinete a mulher de um chefe do Comando Vermelho no Amazonas preso em 2022. Segundo ele, o ministro Flávio Dino não ficou satisfeito e pediu explicações, além de cuidado com as pessoas que são recebidas na Pasta.
A conversa, de acordo com o secretário, foi “tranquila”. Elias Vaz afirma que ficou sabendo da relação de Luciane Barbosa Farias com o grupo criminoso após a publicação de uma reportagem do Estadão nesta segunda-feira, 13 de novembro.
“Eu não sabia que essa pessoa que veio aqui tinha qualquer relação criminosa. Ela se identificou como alguém que tinha familiar no sistema penitenciário”, disse Vaz.
O secretário afirma que abriu espaço em sua agenda a pedido da advogada Janira Rocha, ex-deputada estadual do Rio de Janeiro pelo PSOL.
Pela rede social X, antigo Twitter, Elias Vaz informou que a reunião ocorreu no dia 16 de março de 2023 e atendia um pedido da “advogada Janira Rocha e acompanhantes por conhecer a citada profissional e ela desejar falar sobre vítimas de homicídios”.
No print da agenda compartilhada pelo Secretário, Luciane Barbosa aparece como Presidente da Associação Liberdade do Amazonas, e, segundo ele, sua participação “se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário.”
Informo que, no dia 14 de março, recebi solicitação de audiência por parte da Sra. Janira Rocha, ex-deputada estadual no Rio de Janeiro e vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da ANACRIM-RJ.
(continua)— Elias Vaz (@EliasVazGyn) November 13, 2023
Em consulta ao site e-agendas da CGU (Controladoria Geral da União), Sistema Eletrônico de Agendas do Poder Executivo Federal, a reportagem do SBT News não conseguiu localizar o compromisso agendado. Em aviso no site, a CGU informa que o sistema está passando por atualizações.
O ministro Flávio Dino também se manifestou e disse que nunca recebeu, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho.
“De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que NÃO SE REALIZOU em meu gabinete”, afirmou.
Procurado por jornalistas em um evento no Ministério, Dino respondeu que Elias Vaz é quem iria falar sobre o tema.
O Ministério da Justiça deve publicar ainda nesta segunda-feira, uma portaria com regras para a marcação de reuniões com autoridades.
