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Os Estados Unidos já “copiou” o Bolsa Família? História e comparações

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Os Estados Unidos já “copiou” o Bolsa Família? História e comparações

Nos bastidores de políticas sociais globais, observa-se que programas de transferência de renda inspirados no modelo brasileiro — como o Bolsa Família — vêm sendo adaptados em países de renda média e até em nações desenvolvidas. Há casos em que governos afirmam que “replicaram” o modelo, mas a adaptação envolve diferenças estruturais.

Nos EUA, programas como o “Earned Income Tax Credit” e o suporte temporário emergencial durante crises econômicas têm similaridades com a lógica de transferência condicionada: renda mínima garantida para famílias de baixa renda. No entanto, essas iniciativas geralmente não têm as mesmas condicionalidades robustas (frequência escolar, exigências de saúde) nem o caráter permanente que o Bolsa Família assume no Brasil. Em muitos casos, os programas norte-americanos são de caráter tributário retroativo (devolução de imposto) e não registro direto de benefício mensal.

Países latino-americanos e da África, por exemplo, declararam estudar o modelo brasileiro para implantar programas de renda mínima com controle social. A transferência de renda condicional brasileira serve como case global de integração entre cadastro social, condicionalidades e monitoramento. Porém, cada implantação local exige adaptação: realidades sociais, capacidade administrativa e recursos públicos variam muito.

Portanto, afirmar que os EUA “copiaram” o Bolsa Família é simplificação. O que existe é uma inspiração conceitual: programas que combinam assistência e estímulo ao trabalho. Mas detalhes, amplitude e institucionalização mudam completamente. No fundo, o modelo brasileiro virou referência — mas cada país adapta ao seu contexto. Por Gabriel Hahn