A mais recente pesquisa de intenção de voto em Rondônia trouxe novamente o nome do ex-governador e ex-senador Ivo Cassol (PP) ao centro do debate político.
O levantamento, divulgado pelo instituto Real Time Big Data e replicado pelo portal R7, indica que Cassol aparece liderando um dos cenários para o Governo do Estado, com 25% das intenções de voto, empatando tecnicamente com Marcos Rogério (PL) e Fernando Máximo (União Brasil). Além do R7, a notícia também foi publicada pelo site Rondônia Dinâmica.
Realizada entre os dias 15 e 16 de outubro, com 1.200 entrevistados e margem de erro de três pontos percentuais, a pesquisa reacende discussões antigas sobre a validade e a ética de incluir nomes inelegíveis em levantamentos públicos.
Cassol permanece impedido de disputar cargos eletivos por decisão judicial — fato amplamente conhecido —, mas ainda assim é apresentado como possível pré-candidato. A presença do ex-governador nas pesquisas simboliza um ciclo que se repete em Rondônia: “a tentativa de transformar personagens políticos fora do jogo em protagonistas de narrativas eleitorais”. Analistas apontam que essa insistência contribui para a desinformação e reforça ilusões no imaginário popular, onde Cassol continua sendo visto como força política decisiva, mesmo fora da disputa.
Nos bastidores, informações indicam que o ex-senador articula sua influência por meio de terceiros, inclusive com a possibilidade de lançar sua filha, Juliana Cassol, como candidata ao Governo em 2026. O movimento é interpretado como uma tentativa de manter viva a marca política da família, embora os últimos pleitos tenham demonstrado o enfraquecimento do “peso do sobrenome”.
Editorialistas locais, como Sérgio Pires, lembram que a estratégia cassolista enfrenta o desgaste natural de anos de exposição e controvérsias. Experiências anteriores — como as candidaturas malsucedidas da esposa Ivone Cassol e do genro Júnior Raposos — reforçam a ideia de que o eleitorado rondoniense já não responde com o mesmo entusiasmo de outrora. Além da questão da inelegibilidade, o episódio reacende críticas ao mercado de pesquisas no Estado. Reportagens anteriores já haviam apontado a falta de fiscalização e transparência como fatores que distorcem a credibilidade dos números divulgados. Em muitos casos, institutos são acusados de favorecer grupos políticos e de manipular percepções públicas, transformando dados estatísticos em ferramentas de marketing. A informação é do Ministério Público, mas os investigados não tiveram os nomes divulgados.
Para especialistas, a persistência dessas distorções fragiliza o debate democrático. Em tempos dominados pela inteligência artificial, pelas redes sociais e pela circulação desenfreada de desinformação, o eleitor se torna cada vez mais vulnerável a narrativas fabricadas.
Enquanto não houver rigor na regulação das pesquisas e maturidade política no eleitorado, Rondônia continuará sendo palco de fantasias eleitorais travestidas de estatística. Da Redação O Minuto Notícia – Informação é Poder!