A Polícia Civil de Rondônia entregou hoje ao Ministério Público (MP) o inquérito policial que apura a tentativa de feminicídio ocorrida no dia 11 de setembro de 2025 no município de Cacoal. O investigado, identificado como Wilson, ex-companheiro da vítima, foi indiciado pelo crime de Tentativa de Feminicídio Qualificado por dois agravantes: o uso de arma de fogo e o recurso que dificultou a defesa da vítima.
Com a remessa do inquérito, cabe agora à Promotoria de Justiça decidir se oferece a denúncia formal contra o acusado ou se requisita diligências complementares à Polícia Civil para aprofundar a investigação.
O crime chocou a população de Cacoal e ocorreu no cruzamento da Rua Rui Barbosa com a Avenida Nações Unidas, no bairro Princesa Isabel. Imagens de câmeras de segurança registraram a brutalidade da ação. O suspeito, Wilson, efetuou três disparos contra a ex-companheira, atingindo-a na região do abdômen e nos braços. As gravações capturaram os gritos de desespero da mulher caída no asfalto.
Equipes do Corpo de Bombeiros foram rapidamente acionadas e prestaram os primeiros socorros no local. A vítima foi transferida em estado grave para o Hospital de Emergência e Urgência de Rondônia.
Wilson permaneceu foragido por cerca de uma semana após o atentado. A Polícia Civil, que já tinha decretado um Mandado de Prisão Temporária contra ele, realizava buscas intensas.
A fuga do suspeito terminou no dia 17 de setembro, quando Wilson se entregou à Polícia Civil. Ele foi detido imediatamente após prestar depoimento, conforme o mandado de prisão em aberto.
Durante a oitiva, Wilson assumiu a autoria do crime e alegou que a motivação seria uma disputa financeira envolvendo a venda de um carro. Segundo o depoimento, a vítima, sua ex-companheira, teria vendido o veículo e Wilson exigia uma parte do valor.
O indiciado também informou à polícia que perdeu a arma de fogo utilizada no crime durante a fuga, e ela não foi entregue às autoridades.
Uma informação crucial apurada pela Polícia Civil revela que o crime foi uma escalada de violência pré-existente. A corporação confirmou a existência de um histórico de violência doméstica no relacionamento.
Mais grave, a vítima possuía uma Medida Protetiva de Urgência contra Wilson, que o impedia de se aproximar dela. A desobediência a essa ordem judicial reforça o padrão de violência e controle exercido pelo agressor, além de ser um crime específico.
O indiciamento por tentativa de feminicídio qualificado leva em conta a relação íntima de afeto entre autor e vítima (gênero), a tentativa de assassinato e o fato de o agressor ter dificultado a defesa da vítima ao surpreendê-la com os disparos.
Com a conclusão do inquérito, Wilson aguarda a manifestação do Ministério Público, podendo ser denunciado à Justiça para responder por seus atos. Da Redação O Minuto Notícia – Informação é Poder!