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Porto Velho mergulha em crise de lixo: impasse judicial paralisa coleta

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Porto Velho mergulha em crise de lixo: impasse judicial paralisa coleta

A capital rondoniense amanheceu, mais uma vez, sufocada pelo lixo. Sacos de resíduos tomam conta das ruas, calçadas e praças de Porto Velho após o agravamento do impasse judicial que envolve a Prefeitura, a empresa EcoRondônia Ambiental S/A e a prestadora emergencial Eco PVH.

O cenário de caos urbano é reflexo direto de uma briga bilionária e de um sistema público que, diante da lentidão e indecisão, penaliza justamente quem mais paga o preço: a população.

O Tribunal de Justiça de Rondônia decidiu, no fim de outubro, suspender a decisão que obrigava a prefeitura a retomar o contrato com a EcoRondônia. A medida, atendendo a um pedido do Ministério Público, manteve a coleta sob responsabilidade da Eco PVH, que atua de forma emergencial desde o início do impasse. A indefinição, porém, deixou bairros inteiros sem coleta regular, expondo a cidade a riscos sanitários e ambientais.

A origem da disputa remonta a 2024, quando a Prefeitura firmou com a EcoRondônia uma Parceria Público-Privada (PPP) de 20 anos, avaliada em mais de R$ 2 bilhões, para modernizar o sistema de gestão de resíduos sólidos. O Tribunal de Contas do Estado questionou o processo, apontando falhas e restrições à competitividade. Desde então, decisões e recursos se acumulam, enquanto o lixo se multiplica nas ruas.

A EcoRondônia alega que foi impedida de operar plenamente por falta de acesso ao Aterro de Jirau e ao incinerador de resíduos hospitalares, ambos sob controle da prefeitura. Já a administração municipal afirma que a empresa descumpriu cláusulas contratuais. No centro da confusão, o presidente da Marquise Ambiental — controladora da EcoRondônia —, Hugo Nery, declarou que o projeto venceu o processo licitatório por atender melhor às necessidades do município e que todas as exigências do TCE foram cumpridas.

Enquanto as decisões se arrastam nos tribunais, o que avança nas ruas é o mau cheiro e a insatisfação dos moradores. A proliferação de insetos, o entupimento de bueiros e o risco de doenças como dengue e leptospirose preocupam as autoridades sanitárias. A crise da coleta, mais do que um problema técnico, tornou-se símbolo do colapso da gestão pública e da fragilidade na prestação de serviços essenciais.

Em meio ao lixo acumulado, cresce também a sensação de abandono. A cada nova decisão judicial, a limpeza urbana parece mais distante, e a capital de Rondônia, mais próxima do caos. Da Redação O Minuto Notícia – Informação é Poder!