
A próxima semana marcará um marco significativo na infraestrutura do estado de Rondônia. No dia 27 de fevereiro, a rodovia BR-364, conhecida como “Rota Agro Norte”, será leiloada na Bolsa de Valores B3 em São Paulo. Este é o primeiro leilão de rodovias federais do ano e atraiu a atenção de investidores devido ao potencial de retorno financeiro e impacto econômico.
A concessão da BR-364 prevê um investimento total de R$ 10,226 bilhões ao longo de 30 anos. Destes, R$ 6,53 bilhões serão destinados a obras estruturantes, incluindo a duplicação de 107,57 km da rodovia e a implementação de 190,59 km de faixas adicionais. Além disso, serão construídas 34,45 km de novos acessos e 17,79 km de vias marginais. O projeto também inclui a instalação de 24 passagens de pedestres e 24 passagens de fauna.
A privatização da BR-364 é vista como um passo crucial para o desenvolvimento econômico de Rondônia. A rodovia é a principal rota de escoamento da produção agrícola e pecuária do estado, facilitando a exportação de produtos para os portos do Norte do país. Com a melhoria da infraestrutura, espera-se um aumento na eficiência do transporte e uma redução nos custos de frete, beneficiando tanto produtores quanto consumidores.
- Antônio Carlos, conselheiro fiscal da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), declarou em entrevista que a privatização da BR-364 é um divisor de águas para o estado. Segundo ele, 80% da produção de Rondônia é transportada por rodovias. “Nós precisamos de estradas boas, precisamos disso”, afirmou Antônio Carlos. Ele destacou que o custo do transporte aumenta significativamente devido à manutenção dos veículos.
Apesar dos benefícios, a privatização da BR-364 não está isenta de críticas. A Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Rondônia (FACER) expressou preocupações sobre a falta de transparência e participação nas decisões relacionadas ao projeto. Além disso, a implementação de sete praças de pedágio ao longo da rodovia tem gerado descontentamento entre a população, que vê a cobrança de pedágios como um “IPVA duplicado”.
- Sobre as críticas ao projeto, Antônio Carlos explicou: “O que a população e nossos empresários têm que entender é que o pedágio é necessário e que, no fim, fica muito mais barato que o custo de manutenção e o tempo que os produtos ficam na estrada para chegar ao destino. No fim das contas, a qualidade, a segurança e o tempo para o transporte compensam o pedágio”.
O leilão da BR-364 na B3 representa uma oportunidade única para investidores e um passo importante para o desenvolvimento de Rondônia. No entanto, será fundamental garantir a transparência e a participação ativa da sociedade para que o projeto alcance seu potencial máximo e beneficie todos os rondonienses.