Vi esta semana uma noticia comum, dizia o repórter que houve uma briga de trânsito, sabemos que o que houve definitivamente não foi uma briga de trânsito pois o pequeno acidente foi nada mais que a gota d’água que caiu sobre a cabeça de um dos motoristas envolvidos, sabemos que a vida moderna nos fez descobrir que meu vizinho não é mais simplesmente meu vizinho, mas sim um concorrente pois nesta selva em que vivemos voltamos ao tempo em que competir é preciso.
Competir, a palavra nos remete a algum tipo de disputa, coisa natural nos estádios ou ginásios de esportes, algo imensamente valorizado na antiguidade, hoje ainda valorizado nas Olímpiadas. Disputas diária se tornaram uma prática para todos nós esportistas ou não, disputamos a vaga pra estacionar, o lugar na fila bancaria, a vaga do filho na escola e infelizmente há aqueles que disputam a comida.
A briga de trânsito me levou a refletir sobre disputa, a disputa me levou até a comida e isso me remete a outra noticia de jornal descrita em uma crônica antiga ( não lembro o autor) lembro que ele falava que um homem entrou em coma e morreu de fome, e ele fez um trocadilho interessante dizia ele, havendo coma não deveria haver fome mas o que vemos hoje é uma disputa incomum entre homens e bichos que disputam a comida dos lixeiros da cidade, poderíamos pensar em mudar a situação mas a fome do outro não é um problema meu.
O fato é que estamos vivendo o pior momento da humanidade onde devo vencer na vida mesmo que para isso eu tenha que impedir a vida do outro, e o pior de tudo é que nos declaramos cristãos e esquecemos a máxima de Cristo Eu vim para que todos tenham vida em abundância, sejamos competidores pois não temos opção, mas que sejamos competidores mais amenos, mais leves em nossa disputa diária e que sejamos promotores de uma vida mais digna a todos os homens, que sejamos construtores de um mundo onde um pequeno acidente de trânsito seja apenas um pequeno acidente e não o motivo para uma briga e uma manchete de jornal.