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Quando abandonar o roteiro é a única forma de escrever uma nova história

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Quando abandonar o roteiro é a única forma de escrever uma nova história

Benjamin Azevedo (Bejinha) fechou uma agência de publicidade em crescimento, tirou cinco filhos da escola e foi morar em um motorhome ao decidir que sucesso e realização não significavam a mesma coisa. Cercado por prazos, reuniões e metas, percebeu que a rotina o afastava das coisas mais valiosas: tempo com a família, contato com a natureza e espaço para criar. Desta constatação nasceu Desaprendendo Como Viver: Dicas e Anotações Sobre Caminhos Alternativos, um relato sobre a ruptura com o modelo de vida convencional e a busca por novas maneiras de existir.

A narrativa acompanha a transformação do autor quando, junto da esposa, vendeu a casa, tirou os cinco filhos da escola e embarcou em um motorhome para cruzar os Estados Unidos. Durante três anos, a família percorreu florestas, desertos e parques nacionais, enfrentando consertos improvisados, noites frias e medos desconhecidos — mas também descobrindo praias desertas, sequoias milenares e o prazer de aprender sem professores, provas ou pressões.

É evidente que, se quisermos ver uma mudança no mundo, não podemos esperar passivamente que as soluções venham de cima. Devemos iniciar a mudança em nossas próprias vidas diárias. E isso começa quando nos questionamos sobre como realmente desejamos viver o resto de nossos dias. (Desaprendendo Como Viver: Dicas e Anotações Sobre Caminhos Alternativos, p.13)

Ao longo do percurso, as paisagens externas refletem mudanças internas: os filhos redescobrem o gosto pelo aprendizado, os conflitos familiares passam a ser encarados sem fugas e o autor questiona pilares da sociedade industrial. Cada quilômetro da estrada é também uma desconstrução das “verdades” que sustentavam sua vida anterior.

Além de memórias da estrada, o livro propõe exercícios e reflexões para o leitor identificar o que faz por obrigação, resgatar sonhos deixados de lado e redesenhar prioridades. A mensagem não é que todos precisem morar num motorhome, mas que o modelo de vida “normal” não é natural, saudável nem inevitável e existem caminhos reais para escapar dele.

Desaprendendo Como Viver é um manifesto pela autonomia: um convite para reconstruir o cotidiano com mais sentido, menos pressa e vínculos mais verdadeiros. Uma obra que lembra que viver plenamente, às vezes, exige primeiro desaprender.