Rondônia, 25 de novembro de 2024
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QUEIMADAS: MS divulga orientações a gestores públicos para minimizar efeitos da fumaça na saúde

Entre as recomendações está monitorar a oferta e qualidade da água e garantir à população o acesso à água potável, com pontos de distribuição e bebedouros públicos, em especial em áreas remotas e de maior vulnerabilidade social

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Entre os estados brasileiros, Mato Grosso registra a maior quantidade de focos de queimadas em 2024, até o momento. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a unidade da federação respondia, até essa quarta-feira (11), por 38.279 registros. Na sequência, aparecem Pará e Amazonas, com 29.712 e 17.855 focos, respectivamente. Em todo o país, de acordo com o INPE, o número chega a 172.815.

Essa situação acende um alerta não apenas para a população, mas, principalmente, para os gestores públicos. Como o quadro contribui para problemas respiratórios nas pessoas, o Ministério da Saúde divulgou novas orientações que ajudam governadores e prefeitos, por exemplo, a agirem com o intuito de minimizar os casos de doenças relacionadas à inalação de fumaça. 

Confira algumas recomendações:

  • Reforçar o atendimento nos serviços de atenção à saúde, especialmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA);
  • Monitorar as informações de qualidade do ar, umidade relativa do ar e temperatura;
  • Monitorar oferta e qualidade da água e garantir à população o acesso à água potável, com pontos de distribuição e bebedouros públicos, em especial em áreas remotas e de maior vulnerabilidade social;
  • Garantir a oferta adequada de pontos de hidratação e nebulização, avaliando a necessidade de novas estruturas junto aos serviços de saúde (tendas e salas de hidratação);
  • Capacitar e orientar equipes de atenção à saúde para compartilhar informações com a população, identificar e manejar em tempo oportuno riscos e agravos à saúde, especialmente em pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos;
  • Reforçar ações de promoção e atenção à saúde mental.

Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, todas as esferas de governo precisam estar envolvidas, agindo em áreas que ofereçam maior suporte à população afetada. “O ministério tem toda uma orientação para situação de emergências, mas ele vai estar combinado, nesse momento, com essas visitas de apoio que estaremos fazendo, contando com a Força Nacional. E um aspecto que nós sabemos que é muito importante é o sofrimento psíquico, que acompanha todo esse quadro. A tensão, a sensação de risco e de grande abalo”, disse. 

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Ainda de acordo com a Pasta, nas últimas duas semanas de agosto foi constatada uma elevação na quantidade de atendimentos por náuseas e vômitos, em comparação com a média histórica desde 2022. Os estados mais afetados foram Goiás (46%), Mato Grosso (58%), Distrito Federal (99%) e Tocantins (191%).

Segundo a otorrinolaringologista Marcela Suman, a fumaça provocada pelas queimadas contém componentes tóxicos prejudiciais ao sistema respiratório, à mucosa da boca e à saúde dos olhos. Os principais sintomas citados por ela são obstrução nasal; coceira com ardência nos olhos, nariz e boca; lacrimejamento ou vermelhidão nos olhos; tosse seca e intensa; sensação de falta de ar, entre outros. Por isso, Marcela também recomenda aumentar a hidratação. 

“Porque por meio da água, a gente consegue filtrar tudo isso que é tóxico, que vai para a corrente sanguínea. [É preciso] manter a casa sempre limpa, fechada e umidificada. É bom lembrar de evitar vassouras, para não deixar essas partículas de fuligem e de sujeira mais suspensas [no ar]. E umidificar o ambiente da casa com vaporizadores, umidificadores, bacias com água ou até mesmo toalhas molhadas espalhadas pelo ambiente. Evitar, se possível, sair de casa enquanto houver essa fumaça tóxica que a gente consegue visualizar na atmosfera local. E se for necessário sair e a fumaça realmente estiver em evidência, tentar usar máscara”, orienta. 

Focos de queimadas registrados em 2024, até o momento, por estado: 

  • MATO GROSSO…………………………………………………………………….(38.279)
  • PARÁ…………………………………………………………………………………..(29.712)
  • AMAZONAS………………………………………………………………………….(17.855)
  • TOCANTINS………………………………………………………………………….(12.329)
  • MATO GROSSO DO SUL…………………………………………………………(11.418)
  • MARANHÃO…………………………………………………………………………..(9.519)
  • MINAS GERAIS……………………………………………………………………….(7.987)
  • RONDÔNIA……………………………………………………………………………(7.695)
  • SÃO PAULO…………………………………………………………………………..(6.717)
  • GOIÁS……………………………………………………………………………………5.059)
  • RORAIMA……………………………………………………………………………..(4.698)
  • ACRE…………………………………………………………………………………….(4.535)
  • BAHIA…………………………………………………………………………………..(4.329)
  • PIAUÍ……………………………………………………………………………………(4.188)
  • PARANÁ………………………………………………………………………………..(2.268)
  • SANTA CATARINA…………………………………………………………………..(1.601)
  • RIO GRANDE DO SUL………………………………………………………………(1.412)
  • RIO DE JANEIRO……………………………………………………………………….(821)
  • CEARÁ…………………………………………………………………………………….(786)
  • ESPÍRITO SANTO………………………………………………………………………(456)
  • PERNAMBUCO…………………………………………………………………………(367)
  • DISTRITO FEDERAL……………………………………………………………………(247)
  • PARAÍBA………………………………………………………………………………….(148)
  • RIO GRANDE DO NORTE…………………………………………………………….(137)
  • ALAGOAS…………………………………………………………………………………(131)
  • SERGIPE…………………………………………………………………………………….(74)
  • AMAPÁ……………………………………………………………………………………..(47)

De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), até o dia 26 de agosto, por exemplo, foram registradas 167 decretações municipais de situação de emergência, em função de queimadas. No mesmo período do ano passado, o total foi de 57 decretos, notando- se um aumento de 193%.  

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