Rondônia, 25 de novembro de 2024
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VTCLog recebeu R$ 335 mi em contratos sem licitação

Empresa firmou oito contratos com o Ministério da Saúde entre 2016 e 2018, quando o ministro da Pasta era Ricardo Barros

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Sócio da VTCLog confirmou assinatura de contratos sem licitação
ROQUE DE SÁ/AGÊNCIA SENADO

A empresa VTCLog firmou oito contratos sem licitação com o Ministério da Saúde entre 2016 e 2018. As negociações que dispensaram o certame movimentaram aproximadamente R$ 335,4 milhões. A informação foi revelada nesta terça-feira (5) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.

À época da assinatura dos contratos, o ministro da Saúde era o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), atual líder do governo na Câmara. Segundo o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o ex-ministro teria facilitado a contratação da empresa ao extinguir, na estrutura da Pasta, a Central Nacional de Armazenagem e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), órgão que tinha a função exercida atualmente pela VTCLog, de transporte e logística de insumos médicos, incluindo vacinas.

Presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM) reclamou da forma como a VTCLog foi contratada pelo governo e pediu que os contratos em questão fossem encaminhados ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que o órgão esclareça “qual foi a justificativa que o ministro à época deu para dispensar essa licitação”.

“Sem nós termos pandemia, sem ter nada assim extra. Até porque, agora, se tivesse um contrato sem licitação neste momento, para transportar vacina, medicamento, respiradores, era até justificável dentro do Tribunal de Contas da União. Nesse caso específico, eu não estou lembrado, em 2017 e 2018, se houve alguma coisa que justificasse quase R$ 400 milhões de dispensa de licitação”, observou o senador.

Sócio nega irregularidades

Sócio da VTCLog, Raimundo Nonato Brasil prestou depoimento ao colegiado nesta terça e confirmou que os acordos foram assinados sem licitação, mas disse que “todos esses contratos têm a devida documentação legal passando pela corte de contas, o Tribunal de Contas e a Cojur, do Ministério da Saúde”.

Sobre a extinção da Cenadi, ele disse que “a decisão de extinguir foi uma decisão do governo federal”. “Isso teve consultoria junto ao IBGE, junto à Empresa de Planejamento e Logística. Então, foi feito um estudo complexo”, comentou.

Segundo Raimundo Nonato, antes de fechar os contatos com a VTCLog, o governo tentou contratar os Correios para assumir a função exercida pela Cenadi.

“O Ministério da Saúde tentou contratar os Correios, uma entidade recorreu ao Tribunal de Contas da União, e, após essa intervenção do Tribunal de Contas da União, o Ministério da Saúde fez uma ampla pesquisa com várias empresas, com vários atores participantes, e, modéstia à parte, nós conseguimos continuar prestando o nosso serviço no Ministério da Saúde”, afirmou.

Augusto Fernandes e Isabella Macedo, do R7, em Brasília



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