Rondônia, 14 de outubro de 2024
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Deputada Joice Hasselmann aparece espancada e diz ter sofrido atentado

Cinco dias depois de ter contraído todos esses ferimentos, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) diz não se lembrar do que aconteceu.

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Parlamentar suspeita de ter sofrido um atentado, mas não descarta a hipótese de ter passado mal e caído no chão | Reprodução

São cinco fraturas no rosto, sendo duas delas no nariz e as outras no seios da face, uma na coluna (vértebra C7) e dois dentes quebrados. Há um abaulamento na cabeça, mas sem comprometimento da parte interna do crânio. Os joelhos estão roxos, assim como parte da costela esquerda, abaixo do seio, e um ombro machucado. Um rasgo no queixo foi selado com cola cirúrgica.

Cinco dias depois de ter sofrido todos esses ferimentos, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) diz não se lembrar do que aconteceu. Em entrevista exclusiva ao SBT, a parlamentar suspeita de ter sofrido um atentado, mas não descarta a hipótese de ter passado mal e caído no chão. Ela afirmou à reportagem que na noite de sábado (17.jul) estava sozinha em seu quarto, no apartamento funcional em um prédio ocupado por parlamentares, em Brasília. O marido dormia em outro quarto, porque, segundo ela, ronca muito. A última coisa que diz se lembrar é do capítulo da série Ressurection (Ressurreição), disponível na plataforma Netflix, que estava maratonando. Depois disso, acordou já no domingo caída entre o banheiro e o quarto em uma poça de sangue, conforme relatou à reportagem:

“O que eu sei, o que eu vi, foi que domingo, umas 7h da manhã eu acordo entre meu quarto e o banheiro, no closet, com uma poça de sangue. Estava muito frio, eu estava muito gelada e tinha perdido muito sangue. Depois do susto, a primeira reação que eu tive foi ‘Ah, eu desmaiei né? Tive um mal súbito sei lá, um principio de infarto, nossa vida é tão pesada… Sei lá, desmaiei bati o nariz, nariz sangra com facilidade, deve ser isso. Me arrastei até o meu banheiro e, quando eu cheguei no banheiro, tinha pingos de sangue no banheiro, o tapete estava empapado de sangue e o que me chamou a atenção foi o espelho, tinha gotas de sangue como se fosse jato. Mas como? Sangue do meu nariz vai estar no espelho? Mas eu estava totalmente atordoada, imediatamente eu pedi socorro.”

E continou: “No domingo, fui fazer os exames no Sírio Libanês. Só que, antes disso, eu já tinha conversado com meu marido, que é médico, ele veio me socorrer.” Ao ser perguntada se ele estava em São Paulo, ela respondeu: “Não, meu marido viaja pro Brasil todo, em São Paulo, um pouco no Piauí, um pouco aqui. Ao me socorrer, ele falou: “Olha, você deve ter tido um trauma, porque seu olho tá começando a ficar roxo”. Falei, ‘bom vamos ver a evolução disso’, só que as dores foram aumentando muito e ele me medicou inicialmente.

 

 

Depois, ela ligou para amigos médicos, para dentistas e seus funcionários comunicaram à equipe de segurança, que informou a Polícia Legislativa. Ainda no domingo foi hospitalizada para fazer exames.

“Os médicos me alertaram e falaram: ‘olha, pra ser um tombo você teria quer ter tomado quatro ou cinco tombos ou então caído de uma escada’.” Depois disso, ela começou a pensar na possibilidade de ter sofrido um atentado. “À noite, quando eu volto pra casa, eu dispenso a Depol (Polícia Legislativa) porque, teoricamente, eu estou em segurança, eu estou em um prédio onde tem segurança lá embaixo, que são seguranças da Câmara. Apesar das ameaças de morte que constantemente eu recebo, eu nem levo mais tanto a sério. Já levei, mas não levo mais, então dispensei, como toda noite eu faço.” E prosseguiu: “Não posso dizer que foi um desafeto político ou mesmo se foi alguém que entrou na minha casa. Mas esse é um local público, a chave de um apartamento funcional não é uma chave que fica só comigo, outras pessoas em departamentos da própria Câmara têm. E pessoas já passaram pela minha casa, já trabalharam aqui, já tiveram cópia da chave. Então, seria muito simples e muito óbvio eu dizer: ‘Olha, eu tenho desafetos políticos, me ameaçam de morte, eu vou culpar fulano’. Mas vamos deixar as investigações seguirem.”

A deputada ainda está confusa sobre o que aconteceu. “Não vou afastar a possibilidade de ter caído e ter batido a nuca, o queixo e os dois ossos que estão em volta do meu olho. Não vou acusar meus detratores porque seria incorreto sem ter qualquer tipo de prova.” E continua: “Quando a gente enfrenta pessoas que têm poder, e eu tô falando de muito mais poder a gente, está sujeito a muitas coisas, inclusive àquelas explicações que nunca chegam. Mas coloquei algo na minha cabeça quando entrei para a política: eu não vou desistir, ponto. Não tem fratura que me faça desistir”.

Embora tenha tomado remédio para dormir naquela noite, ela afirmou que esta é uma rotina diária há vinte anos, pois sofre de insônia desde que se entende por gente e que, portanto, a hipótese de uma reação “está descartada” por ela. Assim como a de assalto. “Uma coisa que chama a atenção em tudo isso é que nada foi roubado.  Eu estava com a minha bolsa, ela fica em uma cadeira no meu quarto, fica minha carteira com algum dinheiro, não muito, mas tinha, além de cartões. Todo mundo sabe que eu gosto muito de joia, então estavam ali os brincos que eu tinha usado naquele dia, o relógio, o anel que eu tinha usado. Então, se alguém entrou aqui, não foi pra roubar. Não sumiu uma agulha da minha casa, tudo está exatamente como estava”.

Ela negou haver sinais de pegadas ou arrombamento. E sobre a possibilidade de ter havido luta, ela respondeu: “Se fosse uma luta eu lembraria e se fosse uma luta teria que ser no mínimo uns três pra conseguir me derrubar.  Eu sou lutadora profissional, luto krav magá, muay thai e boxe. Não foi algo que alguém me enfrentou. Se a hipótese de alguém entrar aqui for confirmada, então alguém primeiro me desacordou, bateu na minha cabeça,  porque não há qualquer vestígio de luta”.



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