Após dois meses de queda, o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) voltou a subir. Em abril, registrou um aumento de 2,7 pontos, alcançando um total de 106,5 pontos. Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), que também revela que o patamar continua favorável.
O economista Gilberto Braga aponta fatores que contribuíram para o nível de incerteza do Brasil, como a deterioração dos cenários externos, com os conflitos no Oriente Médio e a retomada em grandes níveis dos ataques entre Rússia e Ucrânia. Para ele, isso atrapalha o comércio internacional e aumenta os custos de transação na economia global.
“No cenário interno, as disputas com relação à questão das despesas do governo, como a ancoragem fiscal, ou seja, o controle dos gastos públicos, e essa questão da âncora fiscal tem tido uma percepção negativa em termos de confiança, diminuindo a atratividade para os investimentos na economia brasileira”, aponta.
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O economista Luigi Mauri explica que outro fator interno, em relação às contas públicas, é a redução da meta das contas públicas para déficit zero em 2025. “A gente vive em um cenário de aumento de gastos e de uma inconstante incerteza com relação ao cumprimento do governo federal com relação ao que ele se propõe, apesar da entrega do novo arcabouço fiscal, que foi bem sucedida”, aponta.
Expectativas
A Fundação Getulio Vargas revela que o componente de Expectativas apresentou uma queda de 4,3 pontos, chegando a 90,8 pontos em abril.
De acordo com Mauri, esse componente capta as variações das previsões dos analistas econômicos, reportados na pesquisa do Boletim Focus, do Banco Central, para a taxa de câmbio e a taxa Selic, 12 meses à frente para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado.
“Como houve uma baixa variação dessas previsões, isso permitiu que o índice não avançasse tanto. Então a gente pode concluir que apesar desse avanço, os analistas da FGV apontam ainda para um patamar favorável da incerteza, que permanece abaixo de 110 pontos”, completa o economista.
Fonte: Brasil 61